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Filhas de jornalista Adriana Ramos pedem desculpas por ataques homofóbicos da mãe – País

As filhas da jornalista Adriana Catarina Ramos de Oliveira pediram desculpas pelos ataques homofóbicos protagonizados pela mãe, presa por chamar um homem gay de “bicha nojenta” no último sábado (14) e, após ser solta, ofender um grupo de vizinhos, que seriam homossexuais, na cidade de São Paulo. Familiares afirmam que a mulher, de 61 anos, teria transtornos mentais

Em nota ao portal Uol, as parentes, que preferiram não se identificar, pediram desculpas às vítimas. “Como filhas, gostaríamos de expressar, com profunda tristeza e sinceridade, o quanto estamos abaladas com os acontecimentos recentes. Pedimos desculpas, do fundo do coração, às pessoas que foram atingidas e afetadas pelas ofensas proferidas.”

As filhas destacam que não compactuam “com qualquer ato de agressão ou preconceito” e afirmam que Adriana Ramos trata “um quadro severo de esquizofrenia e transtorno bipolar” há 20 anos. 

No comunicado, as familiares detalham que os transtornos da mãe “por vezes se manifestam de forma imprevisível e descontrolada“, e que os episódios recentes seriam um exemplo dessas características. 

A jornalista teria, inclusive, sido submetida a inúmeras internações e tratamentos devido às condições. “Neste momento, nossa prioridade é garantir a segurança e o bem-estar de todos os envolvidos. Estamos tomando, de imediato, as providências necessárias junto aos profissionais de saúde para que novos episódios sejam evitados.”

“Esperamos, sinceramente, que este esclarecimento possa, ao menos em parte, amenizar a dor causada”, acrescentam as filhas na nota. 

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O que aconteceu

Adriana Ramos foi presa no último sábado, suspeita do crime de injúria ao chamar Gabriel Galluzzi Saraiva, de 39 anos, de “bicha nojenta” quando estava numa cafeteria do Shopping Iguatemi, na cidade de São Paulo. As ofensas foram registradas por testemunhas, que também estavam no local. (Assista abaixo)

Ela deixou a prisão no dia seguinte, após a Justiça de São Paulo conceder liberdade provisória. Então, na segunda-feira (16), protagonizou um novo ataque homofóbico, no qual ofendeu três vizinhos, num condomínio em Higienópolis, região nobre da capital paulista. 

Uma das vítimas, o analista de comunicação Gustavo Leão, contou ao portal g1 que a mulher estava no corredor do prédio dizendo que no local “só moram bicha, gay e homossexual”.

Em seguida, um amigo dele, com quem divide o apartamento, abriu a porta do imóvel e pediu por respeito. “Nisso, as ofensas pioraram. […] Ele desceu com ela no elevador, pois iria avisar a administração do condomínio”.

Ao chegar ao hall do prédio, a jornalista seguiu disparando comentários homofóbicos. Gustavo, que estava pegando uma encomenda, gravou toda a cena. Ela gritava frases como “vou fazer musculação para dar o …”, “boiola depilada”, “olha a gaiola das loucas”, “Dá o …, boiola”.

As vítimas acionaram a Polícia Militar e Adriana foi levada à delegacia. Os três amigos registraram boletim de ocorrência e prestaram depoimento. A mulher foi liberada, apesar de ter sido presa por homofobia dois dias antes. 

Segundo o portal Uol, a Adriana não está mais no prédio onde ofendeu os vizinhos. Ao veículo, a administração do local disse “repudiar qualquer forma de preconceito ou discriminação” e reafirmou o “compromisso com o respeito à diversidade, em todas as suas formas”.

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