A empresa Enaex Brasil divulgou o nome das nove pessoas que morreram após a explosão em uma fábrica de materiais explosivos, na manhã desta terça-feira (13), no município de Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba, no Paraná.
De acordo com a empresa, todas as vítimas eram terceirizadas e trabalhavam como operadoras. Outras sete pessoas ficaram feridas, e novas buscas foram iniciadas nesta quarta.

Segundo o secretário de segurança pública do Paraná, Hudson Teixeira, os corpos ficaram fragmentados. Por esse motivo, os trabalhos de identificação devem demorar cerca de um mês para serem finalizados. A Polícia Científica do Paraná deverá realizar um comparativo de exame de DNA das vítimas com o material coletado das famílias.
“Nós estamos nos esforçando ao máximo, nossos laboratórios estão trabalhando com o material que foi coletado com os familiares. Eu não tenho uma data pontual para passar, não descarto a hipótese de pedir ajuda a outro estado também para concluir isso o mais rápido possível, mas eu presumo que, em menos de um mês, nós não conseguimos terminar esses laudos”, ponderou delegado.
As causas do acidente estão sendo investigadas pela Polícia Civil (PC-PR) e pelo Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT-PR).
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De acordo com Antonio Geraldo Hiller Lino, Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar, o material que causou a explosão possui grande potencial destrutivo, ficando inclusive espalhado pelo terreno da fábrica. O material será analisado por especialistas do Esquadrão Antibombas de Curitiba.
“Existem edificações circunvizinhas que tiveram a sua estrutura parcialmente colapsada, mas o que restou ali foi uma cratera com alguns escombros da edificação que lá estava”, disse o comandante.
Quem são as vítimas da explosão:
Camila de Almeida Pinheiro
Camila de Almeida Pinheiro tinha 24 anos e trabalhava na empresa há um ano. A mãe dela também era funcionária da Enaex e foi quem conseguiu o emprego para a filha.
Cleberson Arruda Correa
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Cleberson Arruda Correa tinha 35 anos e era natural de Curitiba
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Cleberson Arruda Correa tinha 35 anos e era natural de Curitiba.
Eduardo Silveira de Paula
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Eduardo Silveira de Paula, deixou esposa e filhos
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Eduardo Silveira de Paula deixou esposa e filhos.
Francieli Gonçalves de Oliveira
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Francieli Gonçalves de Oliveira
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Jessica Aparecida Alves Pires
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Jessica Aparecida Alves Pires
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Marcio Nascimento de Andrade
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Marcio Nascimento de Andrade tinha 38 anos, era pastor de uma igreja evangélica e morava em Campina Grande do Sul. Ele deixa a esposa e uma filha de 6 anos
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Marcio Nascimento de Andrade tinha 38 anos, era pastor de uma igreja evangélica e morava em Campina Grande do Sul. Ele deixa a esposa e uma filha de 6 anos.
Pablo Correa dos Santos
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Pablo Correa dos Santos
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Roberto dos Santos Kuhnen
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Roberto dos Santos Kuhnen tinha 40 anos e era natural de Pitanga, na região central do Paraná
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Roberto dos Santos Kuhnen tinha 40 anos e era natural de Pitanga, na região central do Paraná.
Simeão Pires Machado
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Simeão Pires Machado tinha 35 anos. Ele deixa a esposa e dois filhos de 7 e 9 anos
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Simeão Pires Machado tinha 35 anos. Ele deixa a esposa e dois filhos de 7 e 9 anos.
O que diz a empresa
Em nota, a Enaex Brasil disse que iniciou as investigações relacionadas à explosão e lamentou o caso. A companhia também informou que fornece assistência aos familiares das vítimas.
“A empresa tem a vida como seu valor primordial e é reconhecida internacionalmente por suas práticas de segurança na fabricação de explosivos civis, com procedimentos que vão além das exigências regulatórias. […] A empresa atua na execução de um plano de contingência baseado em assegurar o devido atendimento às vítimas e seus familiares, para os quais expressamos nossos sinceros sentimentos, e prestamos solidariedade a todos os envolvidos nesta tragédia’, afirmou, em nota.
A Enaex informou que possui diversas plantas de produção industrial, totalizando 1.300 funcionários, além dos terceirizados.
Enaex Brasil cumpria exigências legais
A prefeitura de Quatro Barras disse, por meio de nota, que a Enaex possuía todas as licenças necessárias para o funcionamento, incluindo alvará e localização em conformidade com as exigências legais.
“A empresa Enaex está instalada no município há mais de 50 anos, segue rigorosamente todos os protocolos de segurança e é uma das unidades fabris que mais gera empregos no município”, garantiu.
Segundo a prefeitura, a diretoria da empresa se colocou à disposição para reparar todos os danos causados pela explosão e prestar “total suporte” aos trabalhadores e suas famílias.
Nesse sentido, equipes da Defesa Civil do município estão fazendo o levantamento das ocorrências e danos causados em residências, comércios e edificações no entorno do acidente.
O Corpo de Bombeiros também confirmou que a empresa estava regular em relação às normas de segurança contra incêndio, pânico e desastres estabelecidas pela corporação.
Vítimas rezaram antes da explosão
Segundo a polícia, imagens do circuito interno de câmeras da empresa mostraram que as vítimas não estavam manipulando os materiais explosivos, pois estavam se preparando para a troca de turno.
No momento da explosão, os trabalhadores estavam reunidos para fazer uma oração.
“Os nove chegam para trabalhar, eles colocam o equipamento de segurança e se reúnem ali para fazer uma prece. É o momento em que a imagem é cortada e tem a explosão. Então, pelo que a gente pode analisar, eles não estavam manipulando nenhum explosivo naquele momento”, disse a delegada Géssica Andrade.
Sobre a explosão
O acidente aconteceu por volta das 5h50 da manhã de terça-feira (12), em uma área de 25 metros quadrados, que armazena material explosivo produzido pela fábrica da Enaex Brasil. No momento do acidente, os explosivos estavam sendo preparados para transporte. Ainda não informações sobre as causas do acidente.
Moradores de pelo menos oito cidades relataram ter sentido o impacto da explosão: Quatro Barras, Curitiba, Piraquara, Pinhais, Bocaiúva do Sul, Campina Grande do Sul, Colombo e São José dos Pinhais.