Quem era ‘Professor’, um dos principais fornecedores de armas e chefe do CV, morto no Rio – País

Fhillip da Silva Gregório, conhecido como “Professor“, era o terceiro chefe mais influente do Comando Vermelho fora do sistema prisional. Ele morreu na noite desse domingo (1º), no Rio de Janeiro, vítima de um tiro de arma de fogo na cabeça.
Professor estava foragido desde 2018 e tinha contra ele ao menos 65 anotações criminais. Uma mulher com quem mantinha uma relação extraconjugal se apresentou à Polícia e afirmou que o traficante cometeu suicídio. Contudo, as circunstâncias da morte ainda estão confusas e o caso segue em investigação.
Fornecia armas para o CV e ordenou execução de idoso
Segundo o Extra, o criminoso se fortaleceu nos últimos cinco anos ao assumir o comando do fornecimento de armas para a expansão do Comando Vermelho na zona oeste do Rio. Como recompensa, ele passou a controlar, também, a Fazendinha, no Complexo do Alemão, onde montou sua base e não saiu mais, com medo de ser preso.
Do local, onde morava há cerca de três anos, ele comandava a distribuição de armas e drogas adquiridas pela facção no Paraguai, na Bolívia e na Colômbia.
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Um dos mandados de prisão contra ele data de 2023, quando ordenou a execução de um aposentado de 74 anos, portador de Alzheimer, que foi confundido com um pedófilo.
‘Violento, vaidoso e estratégico’
Em 2012, segundo o g1, Professor foi preso em flagrante com comprovantes de depósitos bancários de valores altos feitos para traficantes de uma das comunidades do Complexo do Alemão. Desde então, ele passou a responder por lavagem de dinheiro e ocultação de bens.
Em 2015, foi preso pela Polícia Federal por contrabando de armas e drogas. E, em 2018, se tornou foragido da Justiça após não retornar da saída temporária do presídio de Bangu 3 — à época, cumpria pena de 14 anos de reclusão.
O traficante também era procurado pela Justiça Federal da Bahia, que investigava uma quadrilha responsável por movimentar R$ 1,2 bilhão em três anos.
Descrito como alguém violento, vaidoso e estratégico, Professor era conhecido por autorizar execuções durante bailes realizados nas comunidades. Ele também já se submeteu a procedimentos estéticos como lipoaspiração abdominal, clareamento dentário e implante capilar.
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Investigado em caso de corrupção policial
De acordo com o jornal Extra, o traficante também foi citado em investigações por corrupção policial. Em abril deste ano, o jornal fluminense publicou que o traficante mantinha contato direto com agentes da Polícia Militar que comandavam Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Complexo do Alemão.
Mensagens interceptadas pela Polícia Federal constataram que o criminoso negociava com os policiais a presença de patrulhamento em áreas específicas da comunidade. Em uma das conversas, ele chegou a reclamar da presença de agentes em uma praça específica: “Cada um no seu espaço, para evitar estresse”, disse.
Lembre o caso
Fhillip da Silva Gregório, o Professor, morreu na noite desse domingo, no Rio de Janeiro, após ser baleado na cabeça. Ele chegou a ser levado em estado grave para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Del Castilho, mas já chegou ao local sem vida.
O falecimento do traficante é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).